quarta-feira, 4 de setembro de 2019

LIÇÃO 10 3º TRIMESTRE 2019 - ACERCA DO FIM DOS TEMPOS



TEXTO ÁUREO
“E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”. Lc 21.27

VERDADE APLICADA
O discípulo de Cristo aguarda em vigilância e oração perseverantes a volta de Jesus Cristo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
·         - Apresentar o sermão escatológico de Jesus no evangelho de Lucas;
·         - Apontar advertências e garantias sobre o fim dos tempos;
·         - Ensinar quais são as atitudes exigidas dos discípulos de Cristo ante a expectativa do fim.

GLOSSÁRIO
Consenso: Concordância ou unanimidade de opiniões;
Escatológico: Que faz referência à doutrina das coisas que podem acontecer no final dos tempos;
Sóbrio: Moderado; que não se acha sob o efeito de álcool; sem excesso de qualquer tipo.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 21.31 – Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.
Lc 21.32 – Em verdade vos digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.
Lc 21.33 – Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não hão de passar.
Lc 21.34 – E olhai por vós; não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
Lc 21.35 – Porque virá como um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra.

INTRODUÇÃO
Todos sabemos que a era atual terá um fim, denominado de fim dos tempos. Embora não saibamos quando será, e não nos compete saber, o mais importante é estarmos aguardando a vinda do Senhor Jesus Cristo.

1. O SERMÃO ESCATOLÓGICO
Assim como Mateus (Mt 24-25) e Marcos (Mc 13), Lucas também registra o sermão escatológico de Jesus (Lc 12.34-59; 17.20-37; 21.5-36). É fundamental que todo discípulo de Cristo não desconheça, também, o conteúdo destes capítulos, considerando que registram mensagens do próprio Senhor Jesus. Alguns identificam o sermão escatológico nos evangelhos como “o Pequeno Apocalipse”.

1.1. O interesse escatológico
O registro em Lucas consta que o sermão foi proferido a partir do interesse demonstrando por fariseus (Lc 17.20) e pelos discípulos (Lc 21.7). Os evangelhos relatam vários ensinamentos e revelações por parte de Jesus Cristo a partir de uma pergunta, conversa ou um comentário. O Senhor aproveitava cada oportunidade para transmitir a mensagem do Reino. Faz-nos lembrar da importância de não ignorarmos e desprezarmos o conteúdo escatológico das Escrituras Sagradas. É certo que muitos detalhes escatológicos são de difícil compreensão e não há consenso entre os estudiosos quanto ao tempo e interpretação de alguns eventos. Contudo, tal realidade não nos autoriza a termos uma postura desinteressada acerca da doutrina das últimas coisas (Ap 1.3; 22.18-19).

1.2. Diversos acontecimentos
O sermão registrado em Lucas 21, como também em Mateus 24 e Marcos 13, é antecedido da afirmação de Jesus de que o templo seria destruído (Lc 21.6). O evangelho de Mateus registra mais dois aspectos na pergunta dos discípulos, além dos mencionados pelos outros evangelhos: 1) “Quando serão essas coisas?”; 2) “Que sinal haverá da tua vinda?” (Mt 24.3) - enquanto Marcos e Lucas registram: “Que sinal haverá quando isto estiver para acontecer?”; e 3) (conforme Mateus 24.3) – “E do fim do mundo?. Assim, no corpo do sermão temos informações sobre a destruição do Templo em Jerusalém, período da Grande Tribulação e a segunda vinda de Jesus. É possível, também, deduzir que os discípulos entendiam (equivocadamente) que a destruição do Templo se daria por ocasião do retorno de Jesus e o final dos tempos.

1.3. Estudo comparativo
Muito contribui no estudo acerca dos últimos dias não nos determos apenas em um texto que trata do assunto, mas realizarmos um estudo comparativo, procurando conhecer o que outros textos abordam sobre o tema. Não significa que chegaremos a uma conclusão definitiva sobre cada evento, porém ampliará e facilitará a compreensão de tão vasto e enriquecedor assunto, tendo em vista que vamos encontrar aspectos em um texto que não são mencionados em outro. Por exemplo, vide: Daniel 9.24-27; os capítulos dos evangelhos acima citados; 1Coríntios 15; 1Tessalonicenses 4.13-18; 2Tessalonicenses 2:1-12; Apocalipse; e tantos outros textos.

2. ADVERTÊNCIAS E GARANTIAS
Mesmo considerando o exposto nos tópicos anteriores, é notório no sermão escatológico que o Senhor Jesus transmitiu advertências e garantias que são aplicáveis e essenciais aos Seus discípulos em todas as gerações, independentemente da interpretação detalhada de cada evento que seja adotada e de compreender plenamente os vários aspectos que envolvem esta doutrina.

2.1. Não vos enganem
Os três evangelhos registram que o Senhor inicia seu sermão escatológico com uma advertência: Mateus 24.4 (“Acautelai-vos”); Marcos 13.5 (“Olhai”) e Lucas 21.8 (“Vede”). “Tais expressões no grego admitem algumas ideias: “considerar”; prestar atenção diante de algo”; “citado como forma de cautela, tomar cuidado com”. Ao iniciar a resposta, Jesus diz: “Não vos enganem”. Trata-se de uma advertência bem presente nas Escrituras Sagradas. Afinal, uma das ações de Satanás é enganar. Ele procura fazer isto desde o princípio (2Co 11.3). Para tanto se utiliza de várias maneiras. É para refletir bastante sobre o fato de Jesus iniciar o sermão escatológico, não com a sequência dos eventos ou sinais, mas com uma advertência.

2.2. Não vos assusteis
A segunda advertência destacada na presente lição está em Lucas 21.9: “Não vos assusteis”. Já Marcos usa o termo “não vos perturbeis” (Mc 13.7). Na língua grega encontramos significativas expressões: “terrificar, aterrorizar” ou a ideia de “tumulto”. São termos que indicam descontrole, medo paralisante, mente tumultuada pelos acontecimentos ao ponto de a pessoa perder a capacidade de pensar, refletir, manter-se sóbrio. Como esta advertência é essencial para os dias de hoje! Estudar sobre o sermão escatológico ou o Apocalipse não é para resultar em pavor ou deixar a mente tumultuada, mas despertar-nos para a verdade de que breve Jesus voltará e que o Seu povo está guardado nEle (Sl 46; Jo 14.1-3; 2Pe 3.13-14).

2.3. Não perecerá
Num contexto de falsidade, guerras, manifestações da natureza, perseguição, traição e ódio, o Senhor Jesus acrescenta: “Mas não perecerá um único cabelo da vossa cabeça” (Lc 21.18). A segurança do discípulo de Cristo está em permanecer no próprio Cristo. Ele é a nossa rocha, nossa força e o nosso refúgio (Sl 62.1-2; 91.2; Rm 8.35-39). Não apenas advertências, mas Jesus também revela garantia de proteção. Ele não tem apenas o controle da história, mas também da vida de cada membro do Seu Corpo. É evidente que não podemos considerar este texto estritamente no aspecto físico, pois muitos morreram pela fé (Hb 11.36-40; Ap 2.13). Mas é a garantia de que o Senhor está conosco, mesmo no vale da sombra da morte (Sl 23.4).

3. ATITUDES EXIGIDAS DOS DISCÍPULOS
Neste último tópico abordaremos acerca das atitudes exigidas pelo Senhor por parte daqueles que dizem serem Seus discípulos. Somente algumas serão indicadas, pois o espaço não permite ampliar tanto. Contudo, que as relacionadas abaixo despertem-nos para as muitas outras encontradas na Bíblia. Afinal, “convém-nos atentar” (Hb 2.1).

3.1. Olhai para cima
Disse Jesus: “(...) olhai para cima (...) porque a vossa redenção está próxima”. (Lc 21.28). Quantos atrativos têm surgido nesta terra no presente século. Evidente que o discípulo de Cristo não está impedido de admirar e desfrutar de muitos destes atrativos. A questão problemática e perigosa é quando a pessoa fica tão distraída e focada nos atrativos que não prioriza o Reino de Deus e já não vive na expectativa da volta do Senhor. Afinal, se nascemos de novo, então somos participantes da natureza divina (2Pe 1.3-4), logo procuramos e nos interessamos em buscar as “coisas que são de cima” e pensar “nas coisas que são de cima” (Cl 3.1-2).

3.2. Olhai por vós
“Olhai por vós” (Lc 21.34), ou seja, preste atenção, atente. Na NTLH encontramos a expressão: “Fiquem alertas”. E aí, o texto menciona o coração. Na Bíblia, é considerado várias vezes como o centro da vida, a sede dos sentimentos e impulsos do ser humano. Por isso a recomendação em Provérbios 4.23: “guarda o teu coração”. É necessário um constante autoexame, sempre acompanhado de oração, Palavra de Deus e o Espírito Santo (Sl 119.11, 105; 139.23-24; 2Co 13.5). Além de atitudes de mudanças no decorrer da caminhada cristã, sempre quando percebermos a presença de pecados e embaraços (Hb 12.1-2).

3.3. Vigiai e orai
“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando...” (Lc 21.36). Não apenas vigiar, nem somente orar. Assim deve ser o cuidado diário: vigilância e oração. Afinal, não sabemos quando virá o Senhor ou quando partiremos para a eternidade. Taisatitudes também exigem de nós um constante exercício espiritual. São vários os sentidos de “vigiai” no original grego: “manter-se acordado”; “vigilância espiritual”; “é a vigilância e a expectativa em contraste com a falta de firmeza e a indiferença”. Porém, acompanhada de oração. Pois o texto sagrado diz para nos fortalecermos “no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).

CONCLUSÃO
O fim dessa era ocorrerá com a volta pessoal, pública e em glória do Senhor Jesus. Antes, porém, ocorrerá o arrebatamento da Igreja, que a livrará dos juízos terríveis que virão. Por isso, precisamos nos manter: sóbrios em tudo, vigilantes e orando em todo o tempo por nós mesmos e por todos!

QUESTIONÁRIO
1. Assim como Mateus e Marcos, quem também registra o sermão escatológico de Jesus?
R.:
2. Como os três evangelhos registram que o Senhor inicia seu sermão escatológico?
R.:
3. Quem é a nossa rocha, nossa força e o nosso refúgio?
R.:
4. Qual é a recomendação de Provérbios 4.23?
R.:
5. Que nos diz Efésios 6.10?
R.:

Fonte : Revista EBD Betel 3º trimestre 2019.