TEXTO ÁUREO
“E
então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória”. Lc 21.27
VERDADE APLICADA
O
discípulo de Cristo aguarda em vigilância e oração perseverantes a volta de
Jesus Cristo.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
·
-
Apresentar o sermão escatológico de Jesus no evangelho de Lucas;
·
-
Apontar advertências e garantias sobre o fim dos tempos;
·
-
Ensinar quais são as atitudes exigidas dos discípulos de Cristo ante a
expectativa do fim.
GLOSSÁRIO
Consenso: Concordância ou unanimidade de opiniões;
Escatológico: Que faz referência à doutrina das coisas que
podem acontecer no final dos tempos;
Sóbrio: Moderado; que não se acha sob o efeito de
álcool; sem excesso de qualquer tipo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 21.31 – Assim também vós,
quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto.
Lc 21.32 – Em verdade vos
digo que não passará esta geração até que tudo aconteça.
Lc 21.33 – Passará o céu e a
terra, mas as minhas palavras não hão de passar.
Lc 21.34 – E olhai por vós;
não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez,
e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia.
Lc 21.35 – Porque virá como
um laço sobre todos os que habitam na face de toda a terra.
INTRODUÇÃO
Todos
sabemos que a era atual terá um fim, denominado de fim dos tempos. Embora não
saibamos quando será, e não nos compete saber, o mais importante é estarmos
aguardando a vinda do Senhor Jesus Cristo.
1. O SERMÃO
ESCATOLÓGICO
Assim
como Mateus (Mt 24-25) e Marcos (Mc 13), Lucas também registra o sermão
escatológico de Jesus (Lc 12.34-59; 17.20-37; 21.5-36). É fundamental que todo
discípulo de Cristo não desconheça, também, o conteúdo destes capítulos,
considerando que registram mensagens do próprio Senhor Jesus. Alguns
identificam o sermão escatológico nos evangelhos como “o Pequeno Apocalipse”.
1.1. O interesse
escatológico
O
registro em Lucas consta que o sermão foi proferido a partir do interesse demonstrando
por fariseus (Lc 17.20) e pelos discípulos (Lc 21.7). Os evangelhos relatam
vários ensinamentos e revelações por parte de Jesus Cristo a partir de uma
pergunta, conversa ou um comentário. O Senhor aproveitava cada oportunidade
para transmitir a mensagem do Reino. Faz-nos lembrar da importância de não
ignorarmos e desprezarmos o conteúdo escatológico das Escrituras Sagradas. É
certo que muitos detalhes escatológicos são de difícil compreensão e não há
consenso entre os estudiosos quanto ao tempo e interpretação de alguns eventos.
Contudo, tal realidade não nos autoriza a termos uma postura desinteressada
acerca da doutrina das últimas coisas (Ap 1.3; 22.18-19).
1.2. Diversos
acontecimentos
O
sermão registrado em Lucas 21, como também em Mateus 24 e Marcos 13, é
antecedido da afirmação de Jesus de que o templo seria destruído (Lc 21.6). O
evangelho de Mateus registra mais dois aspectos na pergunta dos discípulos,
além dos mencionados pelos outros evangelhos: 1) “Quando serão essas coisas?”;
2) “Que sinal haverá da tua vinda?” (Mt 24.3) - enquanto Marcos e Lucas
registram: “Que sinal haverá quando isto estiver para acontecer?”; e 3)
(conforme Mateus 24.3) – “E do fim do mundo?”. Assim, no corpo do sermão
temos informações sobre a destruição do Templo em Jerusalém, período da Grande
Tribulação e a segunda vinda de Jesus. É possível, também, deduzir que os
discípulos entendiam (equivocadamente) que a destruição do Templo se daria por
ocasião do retorno de Jesus e o final dos tempos.
1.3. Estudo
comparativo
Muito
contribui no estudo acerca dos últimos dias não nos determos apenas em um texto
que trata do assunto, mas realizarmos um estudo comparativo, procurando
conhecer o que outros textos abordam sobre o tema. Não significa que chegaremos
a uma conclusão definitiva sobre cada evento, porém ampliará e facilitará a
compreensão de tão vasto e enriquecedor assunto, tendo em vista que vamos
encontrar aspectos em um texto que não são mencionados em outro. Por exemplo,
vide: Daniel 9.24-27; os capítulos dos evangelhos acima citados; 1Coríntios 15;
1Tessalonicenses 4.13-18; 2Tessalonicenses 2:1-12; Apocalipse; e tantos outros
textos.
2. ADVERTÊNCIAS E
GARANTIAS
Mesmo
considerando o exposto nos tópicos anteriores, é notório no sermão escatológico
que o Senhor Jesus transmitiu advertências e garantias que são aplicáveis e
essenciais aos Seus discípulos em todas as gerações, independentemente da
interpretação detalhada de cada evento que seja adotada e de compreender
plenamente os vários aspectos que envolvem esta doutrina.
2.1. Não vos enganem
Os
três evangelhos registram que o Senhor inicia seu sermão escatológico com uma
advertência: Mateus 24.4 (“Acautelai-vos”); Marcos 13.5 (“Olhai”)
e Lucas 21.8 (“Vede”). “Tais expressões no grego admitem algumas ideias:
“considerar”; prestar atenção diante de algo”; “citado como forma de cautela,
tomar cuidado com”. Ao iniciar a resposta, Jesus diz: “Não vos enganem”.
Trata-se de uma advertência bem presente nas Escrituras Sagradas. Afinal, uma
das ações de Satanás é enganar. Ele procura fazer isto desde o princípio (2Co
11.3). Para tanto se utiliza de várias maneiras. É para refletir bastante sobre
o fato de Jesus iniciar o sermão escatológico, não com a sequência dos eventos
ou sinais, mas com uma advertência.
2.2. Não vos
assusteis
A
segunda advertência destacada na presente lição está em Lucas 21.9: “Não vos
assusteis”. Já Marcos usa o termo “não vos perturbeis” (Mc 13.7). Na
língua grega encontramos significativas expressões: “terrificar, aterrorizar”
ou a ideia de “tumulto”. São termos que indicam descontrole, medo paralisante,
mente tumultuada pelos acontecimentos ao ponto de a pessoa perder a capacidade
de pensar, refletir, manter-se sóbrio. Como esta advertência é essencial para
os dias de hoje! Estudar sobre o sermão escatológico ou o Apocalipse não é para
resultar em pavor ou deixar a mente tumultuada, mas despertar-nos para a
verdade de que breve Jesus voltará e que o Seu povo está guardado nEle (Sl 46;
Jo 14.1-3; 2Pe 3.13-14).
2.3. Não perecerá
Num
contexto de falsidade, guerras, manifestações da natureza, perseguição, traição
e ódio, o Senhor Jesus acrescenta: “Mas não perecerá um único cabelo da
vossa cabeça” (Lc 21.18). A segurança do discípulo de Cristo está em
permanecer no próprio Cristo. Ele é a nossa rocha, nossa força e o nosso
refúgio (Sl 62.1-2; 91.2; Rm 8.35-39). Não apenas advertências, mas Jesus
também revela garantia de proteção. Ele não tem apenas o controle da história,
mas também da vida de cada membro do Seu Corpo. É evidente que não podemos
considerar este texto estritamente no aspecto físico, pois muitos morreram pela
fé (Hb 11.36-40; Ap 2.13). Mas é a garantia de que o Senhor está conosco, mesmo
no vale da sombra da morte (Sl 23.4).
3. ATITUDES EXIGIDAS
DOS DISCÍPULOS
Neste
último tópico abordaremos acerca das atitudes exigidas pelo Senhor por parte
daqueles que dizem serem Seus discípulos. Somente algumas serão indicadas, pois
o espaço não permite ampliar tanto. Contudo, que as relacionadas abaixo
despertem-nos para as muitas outras encontradas na Bíblia. Afinal, “convém-nos
atentar” (Hb 2.1).
3.1. Olhai para cima
Disse
Jesus: “(...) olhai para cima (...) porque a vossa redenção está próxima”.
(Lc 21.28). Quantos atrativos têm surgido nesta terra no presente século. Evidente
que o discípulo de Cristo não está impedido de admirar e desfrutar de muitos
destes atrativos. A questão problemática e perigosa é quando a pessoa fica tão
distraída e focada nos atrativos que não prioriza o Reino de Deus e já não vive
na expectativa da volta do Senhor. Afinal, se nascemos de novo, então somos
participantes da natureza divina (2Pe 1.3-4), logo procuramos e nos
interessamos em buscar as “coisas que são de cima” e pensar “nas
coisas que são de cima” (Cl 3.1-2).
3.2. Olhai por vós
“Olhai
por vós” (Lc
21.34), ou seja, preste atenção, atente. Na NTLH encontramos a expressão:
“Fiquem alertas”. E aí, o texto menciona o coração. Na Bíblia, é considerado
várias vezes como o centro da vida, a sede dos sentimentos e impulsos do ser
humano. Por isso a recomendação em Provérbios 4.23: “guarda o teu coração”.
É necessário um constante autoexame, sempre acompanhado de oração, Palavra de
Deus e o Espírito Santo (Sl 119.11, 105; 139.23-24; 2Co 13.5). Além de atitudes
de mudanças no decorrer da caminhada cristã, sempre quando percebermos a
presença de pecados e embaraços (Hb 12.1-2).
3.3. Vigiai e orai
“Vigiai,
pois, em todo o tempo, orando...” (Lc 21.36). Não apenas vigiar, nem somente
orar. Assim deve ser o cuidado diário: vigilância e oração. Afinal, não sabemos
quando virá o Senhor ou quando partiremos para a eternidade. Taisatitudes
também exigem de nós um constante exercício espiritual. São vários os sentidos
de “vigiai” no original grego: “manter-se acordado”; “vigilância espiritual”;
“é a vigilância e a expectativa em contraste com a falta de firmeza e a
indiferença”. Porém, acompanhada de oração. Pois o texto sagrado diz para nos
fortalecermos “no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).
CONCLUSÃO
O
fim dessa era ocorrerá com a volta pessoal, pública e em glória do Senhor
Jesus. Antes, porém, ocorrerá o arrebatamento da Igreja, que a livrará dos
juízos terríveis que virão. Por isso, precisamos nos manter: sóbrios em tudo,
vigilantes e orando em todo o tempo por nós mesmos e por todos!
QUESTIONÁRIO
1.
Assim como Mateus e Marcos, quem também registra o sermão escatológico de
Jesus?
R.:
2.
Como os três evangelhos registram que o Senhor inicia seu sermão escatológico?
R.:
3.
Quem é a nossa rocha, nossa força e o nosso refúgio?
R.:
4.
Qual é a recomendação de Provérbios 4.23?
R.:
5.
Que nos diz Efésios 6.10?
R.:
Fonte : Revista EBD
Betel 3º trimestre 2019.